Dietrich Bonhoeffer – O mártir

24 de junho de 2016 Por Marwin Mauricio Off

Tertuliano, um dos pais da igreja certa feita disse: “O sangue dos mártires é a semente da igreja”. A veracidade dessa frase se faz ainda maior ao ler Dietrich Bonhoeffer.
Bonhoeffer nasceu no dia 4 de fevereiro de 1906, em Breslau – Alemanha. Seu crescimento se deu em meio a 5 irmãs, uma delas, Susanne era sua gêmea, e 2 irmãos, no bairro de Grunewald, em Berlim. Em sua família figurava prefeitos e pastores.
Aos 16 anos ele já sabia que iria estudar teologia. Com 18 anos, em 1924, se matricularia em Berlim. Lá ele já começa a beber de fontes da teologia liberal. Teve vários professores, mas o principal foi Von Harnack, o qual ouvia todos os dias de manhã no bonde indo para faculdade. Aos 21 anos, defendeu sua tese de doutoramento, “Comunhão dos santos” [Communio Sanctorum] – uma pesquisa dogmática sobra a “sociologia da igreja”. A direção da igreja o enviou para um ano de intercambio no Union Theological Seminary, em Nova York. Após retornar à Berlim, a Igreja Confessante na Alemanha, ala da igreja evangélica, o convidou para assumir a formação clandestina de pastores num seminário na Pomerânia. Aceitando, mudou-se juntamente com 25 estagiários para Zingst e depois para Finkenwald, onde conviveu com os irmãos em casas precariamente instaladas.
O rigor e a força de sua capacidade de reflexão eram assustadores, mas logo todos se aperceberam de que ninguém jamais lhes tinha dado ouvidos com tamanha atenção. Por isso Bonhoeffer sabia aconselhar de uma forma única e particular, obtendo êxito, o que poucos até então haviam conseguido. Ele era uma grande influência no seminário e isso se tornou sua mais profunda provação de fé. Odiava a dependência e por isso, empenhava-se em fazer qualquer pessoa caminhar sobre seus próprios pés. Foi nesse período que surgiu seus escritos polêmicos contra todo e qualquer afrouxamento da doutrina. Seguiu-se uma tormenta, porque Bonhoeffer ousou identificar as questões levantada pela Igreja Confessante com a busca de salvação. Nessa época, também surgiram os livros “Discipulado” publicado em 1937, que conclamava contra a “Graça Barata”, e “Vida em Comunhão” publicada um ano depois, que refletia biblicamente as experiências de Finkenwald. Esses livros suscitaram em muitos, renovado amor pela Escritura. Após seu livro “Orando com os Salmos” ter sido publicado, o seminário foi fechado pela polícia, e a censura proibiu qualquer publicação sua. Assim Bonhoeffer se engajou no movimento de resistência ao nacional-socialismo (movimento nazista).
Após muitas viagens pela Europa, ele é preso e levado ao presídio militar Tegel no dia 5 de abril de 1943. No dia 8 de abril de 1945 seu nome é chamado dentre os prisioneiros. Nesses dias, o temido Adolf Hitler, o Führer, decretou a morte de Dietrich Bonhoeffer. Essas foram suas últimas palavras: “É o fim, mas para mim é o começo…”. Pois, assim como o Apóstolo Paulo, seu viver era Cristo e sua morte lucro (Filipenses cap. 1). No dia seguinte é enforcado em Flossenburg. Há 71 anos essa semente foi plantada e ainda tem dado frutos. Seus livros e sua vida têm inspirado a muitos.

 

De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 2Timóteo 3:12-13

Você Também Pode Compartilhar Para Outras Pessoas: