A vergonha se transformou em triunfo

24 de agosto de 2016 Por Andrei Sampaio Soares Off

 

Nas Olimpíadas de 2004: “…durante a disputa da prova de Maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas. Após liderar até o 36º quilômetro, o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi atacado por um fanático religioso irlandês, o ex-sacerdote Cornelius Horan”, e foi impedido de conquistar a medalha de ouro. Devido este episódio, o maratonista brasileiro ganhou apenas a medalha de bronze.

Mesmo assim, ele continuou a corrida: “Por seu feito, seu espírito esportivo e humildade após a prova, Vanderlei recebeu a Medalha Pierre de Coubertin, considerada uma honra elevadíssima atribuída pelo Comitê Olímpico Internacional.”

Para a surpresa, alegria e emoção de todos os presentes no Maracanã e fora dele, depois de 12 anos, Vanderlei foi aquele que acendeu a Pira Olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, elevando o espetáculo a um grito que foi preso quando ele não ganhou a medalha de ouro em Atenas 2004.

Na programação, possivelmente quem faria um dos atos mais marcantes dos Jogos seria o Pelé, mas, Vanderlei foi o escolhido. Talvez, surpresa até para ele. Aquela vergonha pública enfrentada pelo maratonista foi recompensada agora acendendo o fogo que simboliza o espírito olímpico, na presença de uma apoteose no Estádio, no Brasil e no mundo, que vibraram com a cena.

Esse fato lembrou-me de nosso Senhor, Jesus Cristo. Suas últimas horas foram de extrema vergonha e humilhação. Ele foi cuspido e surrado, com direito a bofetadas. Desde deboches e brincadeiras de “pique esconde” para saber quem lhe bateu (Mc 14.65).

No Calvário onde foi crucificado, o Cordeiro foi exposto à vergonha pública e universal. Seu corpo sangrando, sua língua pregada ao céu da boca de sede, a coroa de espinhos na cabeça, os pedidos para descer da cruz, nada o deteve ou o impediu de morrer por nós! (Mc 15. 30-31)

Nosso Cordeiro foi silenciado na morte, porém, ela não deteve Aquele que é o Senhor da vida (At 2.22-23)! Nosso Salvador, que morreu pelos nossos pecados, ressuscitou para nossa salvação! (Rm 4.25)

Hebreus 12.2 nos indica que, apesar da vergonha, sofrida, Cristo subiu aos céus depois de 40 dias após sua ressurreição, aparecendo a muitos (At 1.3). Aliás, o autor de Hebreus nos diz que Ele não desistiu da Cruz e não evitou ser humilhado, pois, além de nos salvar, sabia da alegria que lhe estava proposta de voltar ao Pai, e assentar-se à direita de Deus.

Imaginemos a festa quando Jesus voltou ao céu? Ele foi glorificado e ainda derramou o Espírito sobre a Igreja (Jo 7.39; At 2.1-3) Uma alegria indizível em comparação à alegria que Vanderlei teve ao acender a Pira Olímpica. Por isso, continuemos na maratona da fé. Não deixemos de correr, pois chegaremos com a força da graça à gloriosa festa do Cordeiro!

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