O ouro de Rafaela e o “ouro” das nossas palavras

5 de setembro de 2016 Por Andrei Sampaio Soares Off

Ela entrou no tatame com uma cara de brava, na verdade, estava concentrada. Seu olhar para enfrentar a adversária da “Mongólia  Dorjsürengiin Sumiya, na final, na categoria até 57 quilos feminino”. Vale ressaltar, que esta adversária, já a havia derrotado em outras competições, o que trouxe a Rafael, uma série de situações que tiveram que ser superadas.

Nas Olimpíadas de Londres em 2012, Rafaela perdeu a medalha de ouro e foi desqualificada por muitos torcedores nas redes sociais. Ela foi vítima de comentários racistas, sendo chamada até de “macaca”, tentando associar sua derrota com sua cor.

Nossa judoca então, teve que superar a si mesmo, os comentários racistas ridículos do passado, e a adversária mongol nas Olimpíadas do Rio 2016, a fim de chegar no lugar mais alto do pódio.

O Golpe de ouro de rafaela

A luta começa e Rafaela partiu para cima da adversária. Ela Atacava, e se defendia. Até que Rafaela, deu um wazari na adversária, que lhe deu os pontos necessários à vitória.  Agora era só continuar a luta chegando ao triunfo da medalha.

A luta se encerrou e o ouro foi garantido! A menina negra, que nasceu em meio à pobreza e violência na Cidade de Deus, comunidade do Rio de Janeiro, venceu a si mesmo e a adversária, e conquistou a medalha olímpica.

Superação!
Nada a deteve! Rafaela declarou em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, a única coisa que a estava parando era o medo de ser criticada em caso de derrota. Não queria passar por todo esse sofrimento de novo, disse ela. Seguindo as instruções de seu treinador, que em muitos momentos a bancou em competições, a sargento da Marinha, foi vitoriosa!

Segundo a Marinha: “a judoca Rafaela Silva ingressou na Força Naval há 1 ano e meio. Ela é atleta do Programa Olímpico da Marinha, desde fevereiro de 2015, e um dos seus trunfos foi poder desfrutar da estrutura do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN).” Além de começar seu treinamentos aos 5 anos no Instituto Reação, em seu bairro, no Rio.

Linguagem de “ouro”
Para os torcedores que desqualificam os atletas, devem repensar a forma de se expressarem e ter cuidado com que se postará. Devemos seguir os conselhos de Salomão, “postados” em Provérbios 25.11: Um bom conselho, dado na hora certa, é tão valioso quanto uma bandeja de prata coberta de maçãs de ouro.

Está na hora de homens e mulheres de bem, se imporem diante de atos racistas, que só revelam que a maior derrota não foi de Rafaela naquele ano, mas de quem a desqualificou. Não difamemos ninguém: por cor, regionalidade ou gênero.  Viva Rafaela Silva! E que nossas palavras sejam como seu ouro olímpico!

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