Descrição
Por meio da análise do texto do evangelho de Marcos 11:11-26 este livro propõe auscultar memórias evangélicas sobre a situação da religião judaica e a contradição do templo de Jerusalém em sua função que faz ecos nos moldes ”religiosos e templos hodiernos. O templo de Jerusalém, comparado à figueira estéril, nega sua vocação primeira de alimentar o povo faminto de Deus pervertendo o sentido do culto para fazer dele uma fonte de lucro. O povo é, ao contrário, espoliado em nome de Deus e da religião. Havia apenas aparência, como a árvore frondosa que não dava fruto, e por, isso o gesto de Jesus coloca fim ao expediente religioso que transformara o templo num covil de ladrões ao invés de ser casa de oração. No entanto, as palavras do Cristo não sinalizam para o fim, a não ser desse tipo de religião transformada num comércio que explora o povo e atende aos desejos gananciosos de seus líderes. Ao contrário, a perspectiva evangélica encerra alternativas para a possibilidade do surgimento de uma nova figueira fecunda, a comunidade dos que seguem a Jesus por meio da fé, oração e perdão que interligado remodelam o paradigma religioso que se desprende do templo tendo como centro a adesão incondicional a Jesus. Dessa forma tendo como centro a adesão incondicional a Jesus. Dessa forma, as memórias da expulsão dos vendedores do templo, por Jesus, denunciando uma religiosidade de aparência que em essência estava permeada de valores avessos ao do Cristo, distorcendo a vocação, parecem se tornar uma releitura apropriada a fim de avaliar lucidamente as perspectivas do que tem sido produzido no seguimento cristão atual a fim de apreender alternativas ante a clarividência de semelhanças com uma prática religiosa que necessitou da ”vistoria” por parte de Jesus.