Descrição
O autor desta obra tem por objetivo analisar a relação entre antropologia e teologia em perspectiva libertadora. Justifica-se este objetivo o fato de que a articulação entre antropologia e teologia, com fundamentação filosófica, elaborada por Karl Rahner tornou-se uma das grandes esteiras de renovação da teologia contemporânea, servindo inclusive como base fundamental para a elaboração da teologia da libertação formulada originariamente na américa latina. Deste modo, o complexo teológico libertador consolidou-se unindo a fé positiva, considerada a arché da teologia, e locus dos pobres, considerado o lugar ou propriamente a realidade real de onde se faz teologia, tendo na filosofia e nas ciências ônticas, as suas instâncias científicas de mediação para compreender a realidade humana em que a fé revelada se situa, se desenvolve e se consolida historicamente. Para atingir este objetivo, o trabalho está estruturado em cinco capítulos, cujo núcleo de unidade é a relação entre antropologia e teologia em perspectiva libertadora concebida à luz de cinco autores: Juan Luis Segundo, Gustavo Gutiérrez, Enrique Dussel, Juan Carlos Scannone e Ignacio Ellacuría. Deste modo, essa relação é analisada epistemologicamente, concebida teologicamente a partir da revelação, da categoria alteridade, da articulação entre experiência religiosa e sabedoria popular e da realidade real dos pobres que constituem a categoria povo crucificado. Enfim, espera-se que este trabalho contribua à concepção de que a relação entre antropologia e teologia em perspectiva libertadora é tanto uma antropologia teológica quanto um modo contemporâneo de fazer teologia desde os pobres, que constituem o locus fundamental para a revelação de deus na história e em toda a criação.
