Descrição
A pergunta pelo sentido da vida não é simplesmente uma indagação que se faz numa aula de filosofia ou teologia. Ou mesmo em sessões de supervisão psicológica. É uma questão que se faz em hospitais, cemitérios, campos de batalha ou no silêncio de uma noite insone. Esta pergunta, normalmente, vem encarnada em alguma forma de sofrimento real.
A resposta para esta questão muitas vezes assumiu a forma de uma esperança de que a vida justa garantiria a forma de uma vida sem muito sofrimento, o que, por dedução, implicaria que o sentido da vida seria viver uma vida moral. O fato óbvio de que essa implicação é falsa o bastante para perdermos a fé nela, levou muito filósofo a criar uma área da filosofia especializada em indagar o por que do justo sofrer, inspirada no clássico livro de Jó da Bíblia Hebraica. A área especializada na indagação do por que o justo sofre é a teodiceia. O livro de Flávia Arielo é um diálogo com esta tradição.
A autora usa como ferramenta filosófica e teológica o filme “Anticristo” do dinamarquês Lars Von Trier. A fim de identificar esta obra com a teodiceia, Flávia Arielo faz um recuo metodológico para revelar as relações entre Lars Von Trier e uma tradição pessimista no Ocidente que concluía que o mundo é mau porque seu criador é mau: o gnosticisimo.
Vale a leitura!
Luis Felipe Pondé