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Emburrecimento programado: o currículo oculto da escolarização obrigatória
O debate atual sobre termos um currículo nacional é uma farsa. Já temos um currículo oculto cujo objetivo é emburrecer, e nenhuma mudança nos conteúdos pode reverter seus efeitos macabros. As escolas ensinam exatamente o que pretendem, e o fazem muito bem: elas são um mecanismo de engenharia social.
Está na hora de encararmos o fato de que a escola obrigatória é nociva para as crianças e que fazer remendos não resolverá o problema. A culpa não é dos professores ruins ou da falta de investimento: injetar mais dinheiro ou mais gente nessa instituição doente fará apenas com que ela fique ainda mais doente.
Se queremos mudar o que está rapidamente se transformando num desastre de ignorância, temos de compreender que a instituição escolar serve para “escolarizar”, mas não para “educar”, e que “educar” e “escolarizar” são termos mutuamente excludentes. É urgente ignorarmos as vozes autorizadas da televisão e da mídia e recuperarmos as premissas fundamentais de uma verdadeira educação.
Sobre o Autor:
John Taylor Gatto (1935–2018) passou mais de 30 anos em sala de aula; foi o “professor do ano” da cidade Nova York em 1989, 1990 e 1991, e de todo o estado de Nova York em 1991. Nesse mesmo ano anunciou que deixaria as classes por não querer mais “ganhar a vida machucando crianças”, e passou a se dedicar integralmente a escrever e dar palestras contra a escola obrigatória. Ele enfatiza a diferença entre famílias ou comunidades e “redes operacionais” (networks), seus substitutos maléficos. Com “Emburrecimento programado” [Dumbing Us Down, 1992], Gatto inspirou milhares de pais a tirarem os filhos da escola e praticarem educação domiciliar.