Descrição
Jorge Pinheiro sintetiza nesta obra todo o seu legado político, teológico, filosófico e pastoral, de forma provocante, instigando qualquer leitor a sair de sua zona de conforto. Um conteúdo inteligentemente orquestrado, integrando aspectos da dialética materialista histórica, com a psicologia social crítica da construção intersubjetiva indivíduo-sociedade mediada pela linguagem, mergulhando na mística judaica do ensino de sabedoria. Propõe as hermenêuticas da complexidade e a da crítica às ideologias para compreensão antropológica do Cristo: aquele de genealogia desconhecida e geografia marginal, um “sem terra-prometida”, o revolucionário radical, o Messias prometido. Resgata a proposta do evangelho de fazer-se a revolução pela ética e não por armas, proposta de diálogo consensual, base da verdadeira democracia. Mas isto é necessário compreender o diálogo como revelação de Deus na tratativa com o humano, convidando à percepção das subjetividades na construção simbólica, onde o kairós viabiliza no chronos a manifestação do princípio protestante da não aceitação das desigualdades sociais, marca da subjugação da brasilidade. Um convite perturbador e ousado à Igreja brasileira, de reinventar-se para recuperar a integralidade missiológica, decretando o fim da consciência cartesiana, denunciando a apatia que tem aprisionado o sal impedindo-o de salgar a Terra Brasilis. Só poderia iniciar e terminar com citações do Inferno, da Divina Comédia de Dante Alighieri, pois, para bom entendedor, meia palavra basta.