Descrição
O Imperador Republicano
Dom Pedro II foi um dos personagens mais populares do século XIX. Sempre em busca do consenso e das ideias majoritárias, fez de seu país a primeira grande democracia da América Latina durante seu reinado, de 1840 a 1889.
Afirma-se que ele foi destituído por ter abolido a escravidão. Na realidade, as causas de sua queda foram diversas, porém até hoje o povo o considera o maior homem do país desde a Independência.
Em O imperador republicano, dom Pedro II é apresentado sob um novo ponto de vista: não apenas como um monarca democrático, abolicionista e progressista, mas como um intelectual, educador e cidadão brasileiro.Amigo da França, de Lamartine, de Victor Hugo, de Júlio Verne e de Pasteur, dom Pedro II era um homem das letras e das ciências e lamentava que sua origem o impedisse de ser educador ou professor de faculdade.
Católico, porém filho de um grão-mestre da maçonaria brasileira, trabalhou pela coexistência fraterna entre católicos e maçons, atraindo contra si a ira da Santa Sé. Também esforçou-se para a união política dentro de seu governo, pois apreciava pouco as divisões partidárias.
A abolição da escravidão, doença, imensa lassidão, oposição dos católicos ultramontanos, rejeição pelas classes dirigentes à sua herdeira Isabel, oposição do Exército a um monarca excessivamente pacífico foram algumas das justificativas para sua destituição e exílio, porém nunca perdeu o prestígio e o respeito de seu país.
Quando morreu em Paris, em 1891, a Terceira República Francesa dedicou-lhe um funeral solene e seu corpo foi mais tarde repatriado ao Brasil, nação para a qual se esforçou “por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século em que [desempenhou] o cargo de chefe de Estado”, porém para a qual desejava “ardentes votos por sua grandeza e prosperidade”.