Descrição
O Pastor Aprovado
O pastor Aprovado é um dos mais extraordinários já publicados na língua inglesa. Sobre ele Spurgeon se expressou desta forma: Se você quiser conhecer a arte de argumentar, leia O Pastor Aprovado. Richard Baxter é o escritor mais poderoso [da sua época].
Dr. J. I. Packer descreve Baxter como o mais notável pastor, evangelista e escritor sobre temas práticos e devocionais que o puritanismo produziu. Philip Doddridge escreveu: O Pastor Aprovado é um livro fenomenal… extraordinário. Muitos ministros são apenas sombras do que poderiam ser se seguissem esforçadamente os conceitos e princípios expostos nesse tratado incomparável. Richard Baxter levava a sério o encargo pastoral. A oração dos editores desta pérola puritana é que ela sirva de grande proveito para todos os seus leitores na língua portuguesa.
Introdução do Livro O Pastor Aprovado
Richard Baxter foi o pastor e o evangelista mais destacado da época puritana. Os seus sucessos na povoação de Kidderminster foram assombrosos. A Inglaterra ainda não tinha visto antes nenhum ministério parecido. A povoação tinha cerca de 2000 habitantes e na maioria eram ignorantes, grosseiros e degenerados. Mas, depois da chegada de Baxter, a situação modificou-se de forma dramática. Ele disse: “Agradou a Deus converter a muitos… Inclusive a famílias inteiras e em numerosos grupos entraram na Igreja”.
Um século depois, quando George Whitefield visitou Kidderminster, escreveu a um amigo o seguinte: “Fui grandemente animado ao descobrir que um aroma suave da doutrina, das obras e da disciplina do Senhor Baxter, ainda permaneciam nesse lugar”. Baxter cria que o ensino era a tarefa principal do ministro. Cria, também, que os crentes deveriam acudir regularmente ao seu pastor, em busca de conselho. E que os ministros deveriam catequizar regularmente as suas congregações.
A preocupação principal de Baxter era que o ensino pessoal deveria ser proporcionado a todos e não simplesmente às crianças. Esta foi a preocupação que deu origem a este livro O Pastor Reformado. Baxter originalmente usou a palavra “O Pastor Reformado”, não simplesmente para significar que era calvinista na sua doutrina, mas também para significar um pastor “renovado” e “avivado” na prática. Baxter disse o seguinte: “Se Deus reformasse os ministros e os avivasse a cumprir zelosa e fielmente os seus deveres, então, certamente o povo seria reformado e despertado. Todas as Igrejas serão fortalecidas ou debilitadas na mesma medida em que o ministério seja forte ou débil”.
O livro O Pastor Aprovado foi e ainda é, dinamite; e como tal causou um impacto imediatamente. Muitíssimos ministros puritanos leram O pastor Aprovado e levaram-no à prática. O livro fez um grande impacto sobre muitos ministros na época do “Avivamento Grande”, na Grã-Bretanha. Muitos ministros têm-no lido como um estímulo que os tem impulsionado a entregar-se mais à obra de Deus. C. H. Spurgeon comentava que tinha o hábito de escutar a leitura deste livro aos domingos pela tarde. Surge a pergunta de se este livro tem ainda um ministério entre os ministros de hoje em dia. Três qualidades que caracterizam este livro conduzem-nos a concluir que sim.
A primeira qualidade é a sua energia. Este livro brilha com um zelo ardente, um ardor evangelístico e uma ansiedade para convencer. Ainda após três séculos, o que sai do coração apaixonado de Baxter, ainda tem grande energia e poder .
A segunda qualidade deste livro é a sua realidade. Qualquer crente que ame o seu próximo e que realmente creia que sem Cristo está perdido, fará com que o evangelismo seja a tarefa principal da sua vida. Do contrário, porá em dúvida a credibilidade da sua fé. Se não tomar a sério a sua fé, porque deveriam tomá-la a sério as outras pessoas? Esta inconsistência é apresentada de forma poderosamente clara através das páginas deste livro.
A terceira qualidade do livro O pastor Aprovado é a sua racionalidade. Baxter sabia que os homens estão mortos em pecados e que só Deus os podia converter. Não obstante, também sabia que Deus usa meios e que a graça começa a sua obra com o entendimento. Então, Baxter insistia que os ministros deveriam sentir a verdade do que pregam.
Também devem tratar com as pessoas de forma individual, porque a pregação sozinha falha frequentemente em impactar as pessoas ordinárias. Se o assunto foi assim no tempo de Baxter, não é certo que é igual na actualidade? O Pastor Aprovado enfrenta o ministro com pelo menos as seguintes perguntas:
1. Creio no mesmo Evangelho que Baxter creu?
2. Compartilho com Baxter a sua convicção de que o evangelismo é uma necessidade vital?
3. Sou tão realista como deveria ser para permitir que esta convicção molde a minha vida e o meu trabalho?
4. Sou tão prático como deveria ser para escolher os meios para obter o fim desejado?
5. Tenho procurado a melhor forma para praticar regular e pessoalmente como o meu povo acerca das suas vidas espirituais?
Certamente, a forma mais prática para obter isto hoje em dia é diferente da forma como Baxter o fez; posto que já não existe o sistema paroquial de catequizar todas as pessoas numa povoação. As circunstâncias actuais são distintas das que prevaleciam no século XVII. Contudo, a necessidade de evangelizar e de ensinar sistematicamente as pessoas que vão às nossas Igrejas ainda existe. A pergunta que Baxter nos expõe é: Se estamos procurando cumprir continuamente a nossa responsabilidade frente a esta necessidade? Se Baxter nos convencer da nossa responsabilidade, então não nos será difícil encontrar um método adequado para as nossas circunstâncias. O assunto é que cada pastor deverá efectuar um plano para evangelizar e ensinar sistematicamente a todas as pessoas que assistem na sua Igreja.
Introdução ao livro O pastor aprovado por Dr. J. I. Packer