Descrição
A violência tem se tornado objeto de discussão na mídia, nas redes sociais e nos meios acadêmicos. Procura-se uma causa, uma justificativa palpável e lógica. Para alguns ela é inerente ao ser humano, para outros sua origem está no medo às diferenças ou ainda na religião. Christopher Hitchens, jornalista inglês, em 2007 afirmou, em seu livro Deus não é grande, que ”as religiões envenenam tudo”, Richard Dawkins, biólogo inglês, em seu livro Deus: um delírio, afirma que Deus e a religião são as causas da violência no mundo. Desde os atentados às torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001, os especialistas têm se dedicado ao estudo sobre o ”gene da violência”. Os resultados dessas pesquisas se mostraram limitados, inclusivos e complexos.
As religiões possuem uma forte carga propositiva e emotiva e cada religião tem sua lógica própria e por sua própria natureza não se submete à críticas, mas à força interna da fé, do sentir e do viver religioso. No entanto, apenas a força da religião não é suficiente para desencadear uma guerra, um ato terrorista de grandes proporções. Ao longo da história sabe-se que os conflitos têm outras interfaces: Políticas, econômicas, étnicas, sociais e geopolíticas.
Sendo, portanto, a violência uma constante em nossas sociedades e, mais do que nunca ela está presente em nosso cotidiano, faz-se necessário refletir sobre suas possíveis causas e entender a complexa inter-relação entre violência, política, cultura, religião e educação. Nessa perspectiva, os textos aqui apresentados elegem a religião e tentam entender como (e se) esta pode reforçar e/ou legitimar as imagens construídas culturalmente e se há uma ligação direta entre religião e violência.