Descrição
“São Bernardo tinha grande afeto por seus monges e estava bem consciente da natureza exigente da vocação cisterciense, com todos os desapegos que ela requeria e o ascetismo que impunha. Com os números, Bernardo achou um jeito de introduzir um elemento lúdico no seu ensinamento. Há algo de pueril, algo de bobo acerca de um homem barbado falando de seis colunas, três sonhos, cinco fontes, seis jarros d’água. A vida monástica precisa ser séria, mas isto a expõe ao perigo de se tornar ultra-séria e rígida. Para os monges de Claraval e das outras grandes abadias cistercienses do século XII, os mundos gêmeos nos quais eles viviam eram a arquitetura dos edifícios monásticos e o canto gregoriano. Arquitetura e música, cada uma à sua maneira, consistem em harmonia de relações numéricas: relações de espaço, no caso da arquitetura, e relações de tempos e intervalos, no caso da música. Ao introduzir números na sua pregação, Bernardo estava estabelecendo um terceiro mundo para os seus irmãos — o mundo da meditação das Escrituras (as Escrituras são a inspiração e a fonte invariável de seu ensinamento), juntamente com o mundo do culto litúrgico e o mundo do espaço sagrado”.
“Por sua leitura cuidadosa e perspicaz deste grande Doutor da Igreja, o Abade Bernardo Bonowitz nos abre numerosas maneiras de compreender e apreciar as riquezas desse padre cisterciense. Sente-se a paixão de São Bernardo na maneira como o Abade Bernardo traz à tona a riqueza de informação e percepção espiritual deste antigo fundador monástico. São Bernardo falou e escreveu para a sua própria comunidade monástica, procurando revelar aos seus monges algo dos mistérios eternos de Deus. No entanto, ele fez isso de uma maneira que demonstrou a clara aplicação de seus ensinamentos à vida cotidiana de seus discípulos. Suas percepções místicas geraram aplicações práticas e conselhos ‘pé-no-chão’ para se viver a vida espiritual seriamente — e até mesmo apaixonadamente”. — Abade Gregory Polan (O.S.B.) Abade primaz da Confederação Beneditina.